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Até o presente, acreditava-se que o encolhimento do cérebro, a deterioração de suas funções e a perda de memória associados à condição eram irreversíveis.

A equipe da University of Toronto está usando uma técnica conhecida como Estimulação Cerebral Profunda, que envolve a aplicação de eletricidade em certas regiões do cérebro.

Em dois pacientes, o processo esperado de deterioração da área do cérebro associada à memória não apenas foi revertido como também voltou a crescer.

As conclusões do estudo foram anunciadas durante uma conferência da Society for Neuroscience em Washington, nos Estados Unidos, em novembro, mas ainda não foram publicadas.

A Estimulação Cerebral Profunda vem sendo usada em milhares de pacientes com Mal de Parkinson e, mais recentemente, Síndrome de Tourette e depressão.

No entanto, não se sabe ainda com precisão como a técnica funciona.

O procedimento é feito sob anestesia local. Um exame de ressonância magnética identifica o alvo dentro do cérebro. A cabeça é mantida em uma posição fixa, uma pequena região do cérebro é exposta e eletrodos são posicionados próximo à região do cérebro a ser estimulada.

Os eletrodos são conectados a uma bateria que é implantada sob a pele perto da clavícula.

Comentando o novo estudo, o professor John Stein, da University of Oxford, na Inglaterra, disse: “A maioria das pessoas diria que não sabemos por que isso funciona”.

A teoria de Stein é que, no Mal de Parkinson, células do cérebro ficam presas em um padrão de descargas elétricas seguidas por silêncios e, depois, novas descargas.

A estimulação contínua e em alta frequência perturbaria esse ritmo, sugere o especialista. Ele admite, no entanto, que “nem todo mundo aceitaria essa descrição”.

Fonte: James Gallagher - BBC Brasil

 



por Diogo Sponchiato (Revista Saúde)

Se ainda havia algum ocidental desconfiado que, a exemplo de São Tomé, precisava ver para crer o resultado de uma porção de agulhas finíssimas sobre o corpo, ele provavelmente deixará suas suspeitas de lado ao saber o que andam desvendando neurocientistas ao redor do globo. Na Inglaterra, uma equipe da Universidade de York acaba de exibir, por meio de imagens de ressonância magnética, que uma espetada em um ponto da mão reduz a atividade de áreas do cérebro que regem a percepção da dor. Enquanto isso, nos Estados Unidos, um experimento com camundongos da Universidade de Rochester endossa o efeito analgésico da técnica oriental ao provar que ela estimula a liberação de uma molécula, a adenosina, responsável por aliviar o desconforto. São provas, vistas a olho nu ou sob a lente do microscópio, que permitem à ciência deste canto do mundo reconhecer o que os sábios chineses já apregoavam sobre o método que ganha milhões de pacientes no Brasil e no resto do Ocidente.

Para botar no papel todas as indicações da acupuntura, seria preciso preencher um extenso pergaminho da China antiga. As agulhas, é claro, não são uma panaceia, mas surpreendem até os olhos céticos. Em uma experiência com ratos que sofreram lesões na coluna vertebral da Universidade Kyung Hee, na Coreia do Sul, por exemplo, os animais que foram submetidos às espetadas se recuperaram e voltaram a andar mais cedo do que os bichos livres das picadas. A acupuntura coibiu inflamações e impediu, assim, a destruição progressiva de células nervosas da coluna. É esse poder anti-inflamatório, aliás, que garante à terapia lugar de destaque no combate a asma, dores crônicas…

Outra virtude da técnica é equilibrar as emoções, debelar a ansiedade e o desânimo e reforçar o adeus aos vícios. “Ao modular a ação da dopamina, um neurotransmissor ligado ao prazer, o método ajuda a suprir a necessidade da droga”, explica Angela Tabosa. Nesse sentido, até a obesidade entra na dança. “As agulhas auxiliam a reduzir a compulsão por comida”, afirma a pediatra e acupunturista Márcia Yamamura, coordenadora do Centro de Estudo e Pesquisa da Medicina Chinesa, em São Paulo

Homens que não têm o hábito de manter uma noite de sono saudável correm o risco de desenvolver problemas cardiovasculares e diabetes, possuem mais chances de engordar e têm a potência sexual reduzida. É o que afirma estudo realizado por pesquisadores da Unifesp e divulgado nesta quinta-feira na 25ª Reunião Anual da FeSBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), em Águas de Lindóia, no estado de São Paulo. A equipe, liderada pelos pesquisadores Rogério Silva e Lia Bittencourt, analisou dados de 467 homens com idades entre 20 e 80 anos e constatou que 17% reclamava de impotência sexual, além de problemas com diabetes e ganho de peso. A causa mais provável, segundo a biomédica Monica Andersen, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo e responsável pela apresentação dos resultados na FeSBE, é a falta de sono. E o culpado seria o próprio homem, que não consegue manter hábitos saudáveis.

Monica explica que para cada hora perdida de sono existe uma chance 24% maior de ganhar peso. “A falta de sono aumenta a produção de enzimas responsáveis pela fome”, disse Monica. Segundo ela, atualmente as pessoas comem por prazer e “a falta de sono aumenta o descontrole da alimentação desencadeando problemas de saúde mais sérios, como a diabetes”.

O número mais preocupante na opinião da especialista é a quantididade de homens entre os 20 e os 29 anos que reclamaram de impotência sexual. Nessa faixa etária, a pesquisa mostrou que 7%  não consegue manter ereção. “É um número preocupante pois trata-se do período em que os homens atingem o ápice do vigor sexual. Esses jovens são prejudicados por não manter um hábito de sono saudável”, disse. Além de poucas horas de sono, “muitos têm o sono interrompido, triplicando as chances de desenvolver problemas de saúde”, explicou Monica.

De acordo com a pesquisa, grande parte dos problemas ligados à impotência sexual nos homens pode ser resolvida com uma rotina de noites bem dormidas. Antes de recorrer a remédios que aumentam a potência sexual masculina é preciso colocar o sono em dia. “O Viagra piora a oxigenação no sangue e isso pode causar sérios problemas ligados ao sono, gerando um ciclo vicioso em torno da impotência sexual”, disse Monica. “Bastaria que os homens dormissem para que muitos problemas fossem resolvidos”, afirmou.

Informações da Revista Veja

Não é só uma ‘aguinha’, não. O colírio, cujo uso cresce em estações secas como o inverno, é um remédio que, pela fama de inofensivo, participa de interações perigosas com outros medicamentos. “As pessoas acham que o colírio é uma aguinha qualquer e não prejudica”, diz o oftalmologista do Hospital Oftalmológico Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. O produto pode, por exemplo, inibir o efeito de anticoncepcionais.

“Durante o inverno, período em que o tempo seco intensifica a poluição e facilita infecções, o uso de colírios se torna mais comum”, confirma Queiroz Neto. “Quem já é alérgico a alguma coisa costuma ter o olho mais seco. Nessa época associam o colírio a outros medicamentos e é preciso ficar atento”, completa. Segundo o médico, com o clima frio, dobra o número de atendimentos por interações medicamentosas com o colírio no Instituto. A situação, relata, chega a atingir 20% dos pacientes.

Além da associação com outros medicamentos, também são preocupantes as doses exageradas e as aplicações incorretas do colírio. “Basta uma gota entre o globo ocular e a pálpebra inferior. Os pacientes não sabem aplicar”, garante.

Comprar colírios sem orientação médica, defendem os especialistas, pode expor o paciente a complicações de saúde. “Alguns colírios podem provocar parada cardíaca e alucinações em crianças”, diz a oftalmologista e chefe da equipe de retaguarda do Hospital 9 de Julho, Ana Luiza Hofling de Lima.

Um exemplo de interação medicamentosa prejudicial é entre o colírio betabloqueador, que serve para controlar a pressão dos olhos, e os remédios broncodilatadores, usados contra problemas pulmonares. Segundo o médico Luiz Carlos Portes, membro do Conselho da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, essa interação pode provocar falta de ar e levar até mesmo a um processo asmático. Os efeitos colaterais de interações indevidas também atingem os próprios olhos.

Fonte: Veja Online

Abrir-se ao novo também é deixar de lado os ressentimentos. Tantas vezes nos incomodamos por aquilo que passou, não é verdade? Parece que ficamos com várias caixas de arquivo morto, cheio de coisas velhas e sem valor, mas que ocupam espaço em nossas memórias e nossas emoções. Frente a todos estes sentimentos e tantos outros (dos sentimentos humanos que todos temos) o ressentimento, muitas vezes, não é sinônimo de raiva, arrependimento ou vingança, mas a impossibilidade de esquecer ou superar um acontecimento.

Não dá para negar que o relacionamento de qualquer tipo nos afeta, pois temos consequências conscientes e inconscientes. Vivemos de sentimentos de contrariedade: raiva, amor, ódio, agressividade, alegria, uma enorme tristeza, ambição, generosidade, vaidade, inveja, compaixão.

Lembro a você quanto da dor do ressentimento nos dá ainda as vivências de adoecimento, das doenças psicossomáticas, ou seja, aquelas que são causadas por questões emocionais. Ressentir-se é como dar a responsabilidade ao outro por coisas que nós mesmos guardamos em nosso interior. É atribuir a outras pessoas ou situações coisas que deveriam ser resolvidas por nós. É como não nos libertarmos de situações sufocantes e, ao mesmo tempo, conflituosas.

Destaco uma definição muito interessante: “Ressentir-se significa atribuir a um outro a responsabilidade pelo que nos faz sofrer. Um outro a quem delegamos, em um momento anterior, o poder de decidir por nós, de modo a poder culpá-lo do que venha a fracassar” (Kehl, 2008).

Entendo que nossa cultura, muitas vezes, nos ensinou o modelo de vítima como modelo mais utilizado e preferido pela sociedade. Pense nestas três situações:

1) Valorizamos o tirano (aquele pelo qual temos ressentimentimento).

2) Como não temos a reparação (esquecimento) vivemos nos colocando na posição de vítima e sempre temos uma “desculpa” pela situação.

3) Resistimos às situações, pois sempre é mais fácil prorrogar uma situação a agir de forma a extingui-la.

4) Esta relação é circular, ou seja, é cultivada com grande expressão das nossas emoções, alimentando mágoas, rancores e, consecutivamente, ressentimento, tornando-nos cada vez mais adoecidos.

No papel de pessoa ressentida você já deve ter notado que conseguimos uma forma de mostrar que estamos com razão na situação, desculpando-nos de forma tão verdadeira, atraindo, desta forma, muitos apoiadores, que “compram” nossa causa.

A pessoa ressentida e por conseguinte ofendida, agredida e machucada não diz abertamente o que sente, mas prolonga e “rumina” essas dores de forma repetitiva. Dá para imaginar o tamanho deste estrago? É manter sempre o papel da vítima, de submisso ao outro, desligando-se de qualquer culpa pessoal neste processo.

E como posso apreciar algo que foi uma experiência ruim para mim? Como apreciar a mágoa do namoro terminado, da amizade traída, da agressão sofrida? Procurando tirar exemplos e formas diferentes de olhar a vida. Você já foi a um museu que havia visitado quando criança, e agora adulto voltou a olhá-lo? Certamente, sim. E seguramente seu olhar deve ter sido diferente, olhou coisas que não havia percebido naquela época e agora você teve a oportunidade de fazer uma visita diferente.

É este convite que lhe faço com relação aos seus ressentimentos; tente olhar as vivências amargas de uma forma nova, procurando superar emoções negativas que apenas comprometem nossa vida saudável.

por Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com
Elaine Ribeiro, colaboradora da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia Clínica e Pós-Graduada em Gestão de Pessoas
Fonte: Canção Nova
Por Natalia Cuminale (Veja)

“As pessoas não estão dispostas a abandonar as crenças que explicam seus mundos e suas ações”, afirma o pediatra Aaron E. Carroll, professor de pediatria e diretor do Centro de Pesquisa em Políticas de Saúde e Profissionalismo da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Daquela confiança cega, conclui o médico, vêm a força e a longevidade de muitos mitos – que sobrevivem até mesmo na área de saúde. Um exemplo: se a mulher faz uso de anticoncepcionais, não pode passar por uma terapia de antibióticos, sob o risco de engravidar. “Mito”, diria taxativamente Carroll. Ele é coautor – ao lado de Rachel Vreeman – do livro Não Engula o Chiclete! – Mitos, Verdades e Mentiras Descaradas Sobre o Corpo e a Saúde (leia trechos), que seleciona 87 crendices relativas à saúde e as confronta com pesquisas cientificas. Não sobra quase nada de pé. Leia a seguir a entrevista que Carroll concedeu a VEJA.com.

Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Na nossa vida profissional, gastamos um bom tempo ensinando pessoas – desde pais até outros médicos – a entender uma pesquisa de saúde. Primeiro, investigamos certos mitos da saúde para lembrar aos médicos, de uma maneira esclarecedora, que é preciso considerar as pesquisas por trás das coisas em que eles acreditam. Quanto mais você olha para essas lendas da medicina, mais percebe o quanto esses fatos são amplamente explicados pela ciência e como pode ser divertido explorar o que é verdade e o que não é sobre o nosso corpo.

O senhor acredita que as pessoas em geral têm uma visão errada sobre esses temas?
Com certeza, muitas têm. Nós sempre nos perguntamos por que esses mitos sobreviveram mesmo quando encontramos estudos tão bons que conseguiam desmenti-los. Não existe uma boa resposta para justificar isso. Alguns mitos ganham poder porque são reproduzidos por pessoas em quem confiamos como especialistas (familiares, professores, médicos etc.). Temos que lembrar que médicos são pessoas comuns e, às vezes, eles também são suscetíveis a crenças em certos mitos. Às vezes, esses mitos parecem ser verdadeiros porque nos ajudam a explicar as coisas que acontecem ao nosso redor. Se nós vemos duas coisas acontecendo ao mesmo tempo, nós gostamos de pensar que elas estão relacionadas. Na verdade, elas devem ser só uma coincidência. Muitos desses mitos também procuram dar explicações a perguntas para as quais ainda não temos resposta. E as pessoas não estão dispostas a abandonar as crenças que explicam seus mundos e suas ações.

Qual a importância do livro para a medicina?
É pouco provável que a crença na maioria desses mitos deixe as pessoas doentes. Pensar que, ao engolir um chiclete, ele ficará sete anos no seu estômago e acreditar que o açúcar pode deixar uma criança agitada são atitudes que podem causar preocupação e stress, mas não farão com que você fique doente. Como pediatras, atendemos crianças muito doentes, com doenças como coqueluche. Essa doença poderia ser prevenida se os pais não tivessem acreditado que as vacinas poderiam causar autismo. Não vacinar uma criança por medo do autismo pode trazer consequências horríveis para elas.

Qual foi a maior dificuldade em escrever o livro?
Algumas lendas foram claramente desmistificadas. Por outro lado, não encontramos evidências claras por trás de outros assuntos. Foi muito difícil escrever sobre essas coisas e fizemos extensas pesquisas para ter certeza que não estávamos esquecendo nada.

O senhor recebeu alguma reclamação de pais que discordaram de algo que está no livro?
Diretamente dos pais, não. Não Engula o Chiclete! é bastante popular entre o público. Quando fazemos entrevistas no rádio ou em programas de TV, as pessoas ficam espantadas ao ouvir a verdade sobre coisas que elas escutaram a vida toda. Alguns se recusam a acreditar, mas outros estão ansiosos para trazer mais mitos para investigarmos.

Sua mãe o advertiu alguma vez para que não engolisse o chiclete?
Com certeza, ela ainda diz isso!

A fibras melhoram o trânsito intestinal, fazem bem para a pele e ajudam a emagrecer. Reduzem o colesterol ruim e controlam os níveis de açúcar no sangue. E o melhor: não têm calorias.

Elas estão em boa parte dos alimentos consumidos no dia a dia. Se não estão, a indústria se encarregou de enriquecer seus produtos acrescentando-as. Nos últimos dois anos, as vendas de alimentos ricos em fibras cresceram 20%, segundo pesquisa do instituto Euromonitor International. “Consideram-se enriquecidos apenas os produtos industrializados com mais de 3 gramas de fibras para cada 100 gramas do alimento”, explica Ijones Constantino, diretor da Tate & Lyle, multinacional inglesa fornecedora de fibras para a indústria alimentícia. A recomendação de consumo diário é de 25 gramas de fibras para adultos – parece pouco, mas não é. Essa quantidade equivale a dois pratos de sobremesa de salada verde, mais dois pratos de sobremesa de legumes, mais duas frutas por dia. Nem todo mundo consegue se alimentar como prega a boa saúde. Daí por que os produtos enriquecidos representam uma boa ajuda na missão de aumentar a quantidade de fibras no cardápio. “É imprescindível beber água quando há ingestão de fibras. O líquido ajuda na formação do bolo fecal e evita a prisão de ventre”, ensina Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração, em São Paulo. Nesta seleção, VEJA elencou os alimentos industrializados que mais possuem fibras – na versão tradicional, eles praticamente não contêm o nutriente.

Fibras solúveis
O que são:
compostos orgânicos vegetais que se dissolvem em água e reduzem a absorção de glicose e gordura, principalmente a saturada. Por esse motivo, ajudam a controlar a glicemia e a diminuir o colesterol ruim no sangue.
Onde estão: farinha de soja, feijão, farinha de centeio, grão-de-bico, ervilha, flocos de aveia, ameixa e abacate.

Fibras insolúveis
O que são: compostos que não se dissolvem em água e evitam a constipação intestinal. Por regenerarem a mucosa do intestino, previnem o câncer nesse órgão.
Onde estão: linhaça, gergelim, amêndoas, farelo de trigo, arroz integral, cenoura e folhas verdes.

Informações de Anna Paula Buchalla (Veja Online)
por Drauzio Varella

O conforto nos tornou sedentários empedernidos. Conforto pressupõe cadeiras anatômicas com almofadas macias e ter tudo ao alcance da mão.

Enquanto nossos antepassados caçadores-coletores ganhavam o sustento com o suor de seus corpos e nossos avós eram obrigados a longas caminhadas para realizar as tarefas diárias, nós vamos de automóvel, tomamos elevadores, subimos escadas rolantes, apertamos botões para lavar roupa e fechar vidros, usamos telefones móveis para evitar deslocamentos e chamar o disque-pizza.

Hoje em dia, não existe pessoa alfabetizada que desconheça os benefícios da atividade física. Não é sem propósito, exceção feita a parar de fumar, nenhuma intervenção isolada de saúde pública tem tamanho impacto na prevenção das enfermidades crônicas que afligem o homem moderno: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, reumatismo, infarto do miocárdio, derrame cerebral, e tantas outras.

Se, além desse conhecimento teórico, todos são unânimes em concordar que a prática de exercício traz uma sensação agradável de bem estar, é o caso de nos perguntarmos por que a maioria esmagadora de mulheres e homens deixa de exercer essa atividade que reconhecem fazer bem para o organismo, na teoria e na prática? A resposta é simples: a prática de exercícios físicos vai contra a natureza humana!

Theodor Dobzhanski, um dos maiores geneticistas do século vinte, afirmou que nenhum fenômeno biológico tem sentido exceto à luz da evolução. Há 6 milhões de anos, nossa espécie divergiu dos ancestrais comuns que mais tarde deram origem aos chimpanzés e aos bonobos, nossos parentes próximos. Se lembrarmos que a agricultura surgiu há meros 10 mil anos — e com ela a possibilidade de estocar provisões –, é possível fazer idéia do esforço físico diário atrás de comida e proteção despendido por nossos ancestrais desde a idade da pedra, para que eu tivesse o privilégio de encontrar você, leitor, neste momento.

Os homens deixavam as mulheres com as crianças na caverna e saíam à caça e à cata de frutos e tubérculos. Depois de andar quilômetros, quando a sorte lhes bafejava, percorriam o caminho de volta com a caça às costas e os frutos nas mãos. Desprovidos de tecnologia para conservação de alimentos, todos comiam a mais não poder com o objetivo de armazenar as calorias em excesso sob a forma de gordura, garantia de sobrevivência quando chegasse a fome. A vida se resumia a correr atrás de comida e poupar energia no intervalo das refeições, como até hoje fazem os outros animais. Ou, alguém já viu jacaré ou onça fazendo exercício no zoológico?

A penúria, a que esteve submetida nossa espécie durante milhões de anos, moldou a arquitetura dos circuitos de neurônios que se integram no cérebro humano para controlar as sensações de fome, saciedade e a falta absoluta de disposição para esbanjar energia através da atividade física. Por causa da escassez crônica de alimentos no passado, somos capazes de comer muito mais do que o organismo requer para as necessidades diárias. Se formos atender nossos impulsos atávicos, saímos da mesa farta diretamente para o sofá da sala.

Por isso, se você está à espera de disposição para começar um programa de atividade física, não se engane: esse dia jamais virá. Pode ser que surja num domingo na praia, num sítio, mas na rotina diária, esqueça! Seria preciso reescrever a história da espécie humana na face da Terra.

Como, então, conciliar essa preguiça milenar com a necessidade essencial de movimentar o corpo para melhorar a qualidade de seu desempenho e aumentar a longevidade, vivendo na cidade grande? Com as dificuldades de locomoção, o excesso de compromissos e a competição desenfreada pelos postos de trabalho, quem dispõe de tempo para freqüentar clubes, academias ou caminhar em parques públicos?

A única solução para os que se queixam da falta de tempo é incorporar a atividade física à rotina diária. De acordo com o guia de orientação dietética de 2005, publicado pelo Departamento de Saúde americano, as pessoas podem ser divididas em três grupos segundo o grau de atividade física:

1) Sedentários: quando a atividade é leve, praticamente limitada às solicitações da vida diária; 2) Moderadamente ativos: quando andam de 2,4 a 4,8 km por dia, em 30 minutos, ou sobem 15 minutos de escada, além de executar as atividades do dia a dia; 3) Ativos: quando andam mais de 4,8 km por dia, à velocidade de 4,8 a 6,4 km por hora, ou sobem mais de 15 minutos de escada, além das atividades diárias. Portanto, a barreira de tempo que separa os sedentários dos ativos é de 30 minutos, num dia de 24 horas, para quem estiver disposto a andar. Ou, de míseros 15 minutos, para os que decidirem subir escadas.

Se você vive num daqueles infernos, sem tempo para nada, ainda lhe resta a alternativa de fracionar esses números: andar 15 minutos duas vezes por dia, ou subir escadas durante 5 minutos, três vezes por dia. Não venha com desculpas, sempre é possível andar; sempre existe uma escada por perto.

Mas, se você está disposto a mudar de vida na próxima segunda-feira ou na virada do ano, não esqueça: é preciso disciplina militar. Não espere que a disposição venha por conta própria, porque desperdiçar energia é contra a natureza humana. Por outro lado, o corpo parado se desgasta mais depressa, sofre e dura menos. O corpo humano é uma máquina construída para o movimento.

Quando falamos dos desafios e dos problemas do dia a dia, logo imaginamos uma grande pedra em nosso caminho. Nessas circunstâncias é difícil vê-los como uma oportunidade de aprendizado. É fato que, num primeiro instante, podemos ter a impressão de que tais fatos foram a pior coisa que poderia ter nos acontecido… Sabemos que nenhuma dificuldade é eterna. De alguma forma, sempre haverá alguém que já tenha enfrentado situações semelhantes e que, após as terem assumido e se preparado para as soluções alternativas, lhe foi possível fazer dessa experiência uma lição de vida.

Muitos momentos, quando olhamos para trás, pareciam não ter solução. Mas, hoje, essas histórias fazem parte de nosso currículo de “causas superadas”. Uma vez entendido como equacionar esses problemas, eles vão passar e, como muitos outros, vão nos tornar mais fortes e maduros.

 Na vida cotidiana é natural que, diante das surpresas indesejáveis, nossa primeira reação seja a de desviar do caminho ou recuar; assim como lamuriar sobre o ocorrido, entre outras atitudes. Nesses momentos, é mais fácil pensar em abandonar o compromisso ou simplesmente deixar a situação como está… Mas a lição proposta pela vida é a de sempre conquistarmos alguns passos à frente na caminhada que estamos trilhando rumo à maturidade.

Não há problema sem solução. Então, cabe a cada um de nós apresentar as nossas dificuldades e as possíveis soluções nas mãos de Deus. Com certeza, nós nos surpreenderemos com as respostas que, a cada dia, somadas aos nossos próprios esforços, surgirão para a solução deles.

 Assuma corajosamente os seus desafios; persista e lembre-se de que tudo concorre para o bem daqueles que muito são amados. Tudo isso será para cada um de nós um momento de aprendizado na escola da vida.

Deus o abençoe!

por Dado Moura, membro aliança da Comunidade Canção Nova

Estudo indica terapia para síndrome de Down Agência Estado Remédios já disponíveis no mercado para tratar depressão e déficit de atenção poderão servir para diminuir os problemas de memória e aprendizado que costumam acompanhar o desenvolvimento de pessoas com síndrome de Down. É o que mostra um estudo publicado hoje na revista “Science Translational Medicine”. Pesquisadores nos Estados Unidos testaram os medicamentos em camundongos geneticamente modificados para desenvolver uma forma da síndrome própria de roedores.

A alteração genética dificulta a memorização de informações contextuais e espaciais. Para seres humanos, isso pode significar um problema quando a pessoa conhece ambientes complexos como uma nova vizinhança ou um shopping center. Para as cobaias com deficiência, operações como a construção de ninhos são prejudicadas: ao ser transferido para uma nova gaiola, o animal não consegue adaptar o novo espaço físico.

Tudo levava a crer que o problema estava restrito ao hipocampo, região do cérebro responsável pelas memórias espaciais. Em geral, pessoas com síndrome de Down possuem ótimo desempenho em testes relacionados à memorização de sensações visuais, auditivas ou olfativas, operação coordenada por outra região do cérebro: a amígdala.

Para formar memórias no hipocampo, tanto seres humanos como roedores necessitam de um neurotransmissor chamado noradrenalina, produzido nos neurônios do locus coeruleus, outra região do sistema nervoso central. Os cientistas descobriram que, como nos humanos, as cobaias com síndrome de Down também apresentam um processo de degeneração no locus coeruleus, que prejudica a produção de noradrenalina.

Para corrigir o problema, utilizaram remédios que promovem a produção de noradrenalina no cérebro. Poucas horas depois de receber os medicamentos, os camundongos já apresentavam um comportamento semelhante ao de outras cobaias. Ao serem transferidos para novos hábitats, realizavam um rápido reconhecimento e começavam a construir um novo ninho.

“Ficamos surpresos com a rapidez do efeito das drogas”, afirma Ahmad Salehi, principal autor do trabalho e pesquisador da Universidade Stanford. Mas ele sublinha que o efeito também cessava com igual rapidez quando o remédio era totalmente assimilado pelo corpo. Ele acredita que a existência de drogas já aprovadas, capazes de interferir na produção da noradrelina, poderá apressar os testes clínicos. Mesmo assim, preferiu não realizar nenhuma previsão de quando a terapia estaria disponível.

Informações: O Estado de S. Paulo